Notas explicativas

Ao divulgar agora este meu testemunho, dezoito meses depois da sua elaboração final em Maio de 2013, senti necessidade de o contextualizar introduzindo estas Notas Explicativas que refazem sinteticamente os caminhos da sua origem imprescindíveis para uma maior clareza

1. A minha situação oftalmológica em Setembro de 2012, antes de ir fazer o tratamento aos EUA

Em Setembro de 2012 tinha  63 anos e estava a viver uma situação oftalmológica extremamente dramática para mim: a iminência a curto prazo de vir a ficar cega devido à progressão sistemática e muito rápida de glaucoma em ambos os olhos, tendo já perdido 95% das fibras de ambos os nervos óticos e apresentando uma redução muito crítica dos campos visuais de ambos os olhos, e uma acuidade visual muitíssimo reduzida, não passível de correcção óptica, apenas 1/10 de visão no olho esquerdo e ainda menos do que 1/10 de visão no olho direito.

A existência de glaucoma normotensional bilateral era ainda agravada por um longo historial de problemas visuais em ambos os olhos que já em 2005 tinham motivado a aposentação precoce das minhas funçõs docentes: a elevada miopia bilateral, 16 dioptrias, existente desde os 15 anos, passando por retinopatia no olho esquerdo, operação às cataratas em ambos os olhos com introdução de lentes intraoculares, posteriores capsulotomias por Yag Laser, e ainda diplopia, distorções acentuadas das imagens e sérias dificuldades na visão bilateral.

Toda esta situação estava a afectar gravemente a minha qualidade de vida, interferindo no meu quotidiano e dificultando-o enormemente.
De facto, ambos os meus oftalmologistas do Hospital de Santo António dos Capuchos em Lisboa tinham afirmado e enfaticamente repetido, com pesar mas com frontalidade, que “já tinham feito tudo o que estava ao seu alcance e já não havia mais nada que pudessem fazer” para impedir a progressão do meu glaucoma e a verdade é que desde 2007 essa progressão tinha continuado sistematicamente originando um prognóstico muito reservado e trágico para mi

Devido à assumida ausência de meios eficazes os meus dois oftalmologistas apoiaram a minha decisão de ir aos EUA fazer o Programa de Terapia Visual do Dr. Meir Schneider Ph.D.
Assim a minha ida urgente aos EUA era a única alternativa e a única esperança que tinha para poder continuar a ver e evitar vir a ficar cega.

2. As razões pelas quais escrevi este testemunho acerca dos meus progressos com o Programa de Terapia Visual do Dr. Meir Schneider Ph.D

Este testemunho foi nascendo da minha forte vontade de perceber com mais clareza o drama que estava a viver ao confrontar-me todos os dias e em todos os momentos com a perda aparentemente inexorável da minha visão.
Antes de ir para os EUA escrevia só para mim mesma como memória dolorosa e assustada. Fazia também desenhos e pinturas para mostrar aos meus oftalmologistas, ilustrando assim de uma forma mais concreta como via.

Depois de ter voltado dos EUA tudo mudou e eu quis partilhar a maravilha que me estava a acontecer acreditando que a minha história poderia ajudar outras pessoas. Utilizei para isso o registo das descobertas e conquistas que ia realizando e o relato dos incríveis progressos visuais alcançados depois de ter feito as sessões da 1ª fase do Programa de Terapia Visual com o Dr. Meir Schneider Ph.D e de ter praticado diariamente.
Assim, partilhei a minha história em três momentos especiais: em 15 de Dezembro, em 10 de Abril e em 25 de Abril, respectivamente dois meses, seis meses e seis meses e meio após ter terminado esta 1ª fase do tratamento nos EUA.
Mais tarde resolvi juntar aqueles três testemunhos, dar-lhes um título, imprimi-los e entregá-los pessoalmente a cada um dos meus médicos oftalmologistas. No final deste novo documento coloqei também um texto referindo a proposta de tratamento do Dr. Meir Schneider para o meu caso.
Tomei esta iniciativa porque, como acima referi, ambos apoiaram a minha decisão em ir aos EUA e este documento pessoal com as suas marcas do meu quotidiano e das minhas emoções era o melhor testemunho da evolução positiva e quase inacreditável da minha capacidade visual e do meu enorme contentamento por ter conseguido finalmente sair daquele nevoeiro castanho, cada vez mais escuro, que me estava a engolir e me apavorava.

Janeiro de 2015
Aurora Machado